Ela era uma mulher comum: demorava horas pra se arrumar, ficava um tempão no banho morno em pleno verão, esquecia da hora quando pegava o telefone e sonhava com o Chico Buarque. Justificava suas manias com a seguinte frase:
− Mulher é assim mesmo.
Ele também era comum: dono do controle remoto da televisão, não perdia um futebol por nada, jogava a toalha molhada na cama e fingia que escutava metade do que ela falava. Para justificar suas manias, ele sempre dizia:
− Homem é assim mesmo.
No início, tudo era engraçadinho e as diferenças se completavam. Com o tempo, a gracinha virou piada, a piada virou ofensa, a ofensa acabou em gritos. Um dia, enquanto zelava o sono do filho, ela percebeu que não valia a pena brigar por coisas tão pequenas e resolveu mudar. Passou a se vestir mais rápido, tomar breves banhos frios e falar apenas o necessário ao telefone.
Ele, notando sua mudança, sem que a mulher lhe pedisse nada, fez algumas concessões: comprou uma televisão pra ela, deixou de ver os jogos da segunda divisão, passou a se arrumar no banheiro e aprimorou sua linguagem corporal, aparentando atenção a cada palavra que ela dizia. A convivência ficou tão boa que tudo parecia um sonho.
E por falar em sonho, a única coisa que ele ainda não consegue entender é porque a cada dia que passa ela vai dormir mais cedo e deu pra acordar cantarolando canções do Chico.
Maravilha, Vivi! Maravilha...
ResponderExcluirUm beijo.
Oi Vivi, adorei o seu chalé. Muito bacana sua iniciativa. Queria ler o "Cinzão, o gato fujão" para falar dele em meu blog sobre literatura infantil. Dá uma olhada. http://gatodesofa.blogspot.com
ResponderExcluirBeijão e sucesso.
Luciana Conti
Hahahaha
ResponderExcluirMuito bom!
Adorei!
Beijos, flor! =***
(Minha mãe também está lendo aqui do lado^^)
Vivi,
ResponderExcluirtem poema seu no Balaio, tá?
Beijos.
Coisa linda, Vivi! E por falar em Chico, uma parceria dele com o Poetinha poderia ser o tema musical desse teu conto: "Um dia ele chegou tao diferente do seu jeito de sempre chegar/ Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costuma olhar...". Beijos. Pimenta
ResponderExcluirAdorei.
ResponderExcluirDevia se arruscar mais na área do conto.
beijos saudosos.
http://martonolympio.blogspot.com/
quando puder, apareça.
Adorei seu blog e seus textos, Vivi. Tudo graças a mestre Moacy, viva ele!
ResponderExcluirBeijo pra você.
Parabens, Vivi.Poema gostoso. Desliza em nossos sentidos, como desliza sempre sua forma de dizer o que está, muitas vezes, em nosso peito apertado.Acabo de, coincidentemente, descobrir o motivo de você sempre me lembrar o Chico (não o pai, mas o Buarque) - vocês deslizam, entram em nós, "sem pedir licença". Continue assim, iluminada.Edila
ResponderExcluirQuando teremos uma nova postagem, Menina?
ResponderExcluirBeijos.
viva a vivi! bjs marceu
ResponderExcluirVivi, adorei te reencontrar e ler o seu blog. Muito bom! Mais, mais :) Beijos!
ResponderExcluirPerturbador. Fantástico.
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